"Todo poder do mundo tenho quando brinco com as palavas..."
Pra quem acha que candidato
Só corrompe, desvia e ‘róba’
Não só ache pois é verdade
Mas muita coisa suporta
Tem que andar de porta em porta
Tem que confortar viúva
Ouvir conversa que abusa
Aguentar ‘bebu’ em balcão
E se não vencer a eleição
Perde ‘inté’ as calça que usa
Deodorino era um candidato
Que em minha terra vivia
Era um ‘astutonato’
Só na lábia convencia
De tudo a todos prometia
E da melhor qualidade
Mas numa necessidade
Era mais fácil encontrar
O bardo onde sangra o mar
Do que ele na cidade
Saiu de casa numa sexta
Atrás de arrumar ‘uns voto’
Levou o “Kit Pega Besta”
Uns picines, chapra de dente e ‘suas foto’
“muié só anoite eu vorto”
E se meteu na estrada
Com a conversa já treinada
E pra parecer do povão
Usava uma corda de cinturão
E uma chinela torada
Chegou numa casa de taipa
Num canto longe de ir
Na porta de ‘duas tapa’
Esperou nem o dono abrir
Botou logo pra mentir
“vou reformar a cidade”
“trazer eletricidade”
E água pro seu ‘cantim’
E se falaram mal de mim
Garanto que não é verdade
“se a doença lhe atacar”
Ou a seus filho e ‘muié’
Você pode me procurar
Sem cerimônia ‘quarque’
Pois estarei em pé
A qualquer hora do dia
E Pra encerrar a ‘ladumia’
Um copo de água pediu
Pra mostrar ser gentil
E conquistar a freguesia
Mas na casa só existia
Apenas uma caneca
E a boca do veí parecia
Uma gengiva careca
No canto ‘dos dente’ pereba
Mas não pôde mostrar nojo do ‘eleitô’
No recantinho da asa pensou
Ninguém deve de beber
De água começou se encher
Bebendo e ouvindo o morador
- Sou sincero ao senhor
Não ia votar em tu não
Mas tu mostrou ter valor
E muita consideração
Fique certo nessa eleição
Que o meu voto é seu
Vi que tu és ‘dos meu’
E inclusive aqui em casa
No recantinho da asa
Só quem bebe sou eu.
A Caneca no Caneco do Canidato
P.S. Toda regra tem sua exceção, e na política não é diferente. Acredito nos poucos limpos que com muito esforço lutam, ou tentam lutar, por nosso país. E espero que estes se multipliquem ao invés de se deixar sujar.