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Furico Abaitolado,

O Cabra Mais Frouxo do Pajeú

Na tal escola da valentia
Que trupizupe e rasga rabo estudava
Não passei nem na ‘carçada’
Nem se me pagasse eu ia
Sou mole de pai, mãe, tio e tia
Se vejo briga me mijo de medo
Sou sempre o primeiro a pedir arrego
E da vez que me inventei de brigar
Só dei mesmo foi pra apanhar
E no fim das conta ainda fui preso



Apelido Eu Tinha De Fole
Frouxo, Fraco, Zé Nada,  Zé Cabaça
Frango, Medroso, Mija Calça
Merda Amarela, Capemga e Frangote
Caga Acero, Catarrento, Maria Mole
Prego, Feijão Batido, Catatau
Mas o Que Mais Me Pegou Mal
Foi o De “Furico Abaitolado”
E pruquê " Furico Abaitolado”?
Pruque foi feita pra levar pau


Da vez que quis me enfezar
Deixar de vez de ser covarde
Chamei vestido a batina do padre
Virei as mesa de um bar
Chamei traveco pra brigar
Baguncei num cabaré
Mas minha sina vocês sabe qual é
Apanhei do padre, garçom, puta e gay
E quando em casa eu cheguei
Ainda levei um cacete da muié

Dia deus mandou aqui pra baixo
Vendo todo o meu desespero
São jorge, o santo guerreiro
Pra me ensinar o passo a passo
De ser valente e cabra maxo
Destemido feito um leão
Mas num adiantou muito não
Pois o meu medo era tanto
Terminou passando pro santo
Que começou a temer o dragão

Deus gritou: peraí!
Me deu a brabeza de lampião
A força de aquiles, sanção
E de mohamed ali
A valentia do índio peri
Fez da morte uma companheira
Mas numa briga de fim de feira
De medo me caguei inteiro
Me tiraram pra terreiro
E deram em mim a noite inteira

Sou gagueira diante do valentão
Sou surdez se alguém chama por briga
De medo sou a dor de barriga
Que amarela até a palma mão
Sou o acelerar do coração
Sou a dormência que dá no mei dos braço
Pra fugir sou o apressar dos passo
Sou a bosta que escorre na canela
Sou carreira que nenhuma bala pega
Pra vence o oponente no cansaço



Ser mole é o dom que deus me deu
E nesses tempos de violência
Seria uma enorme sabença
Se todos fossem feito eu
Em briga muita gente morreu
E muita ainda a de morrer
Então pra na paz nós viver
A todo mundo você diga
“esperto é quem foge da briga,
Sábio é quem não deixa a briga acontecer.”

 


“Esperto é quem foge da briga, sábio é quem não deixa a briga acontecer.”
(Lucas Caldato)

JÉFFERSON DESOUZA

Cordelista

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© 2014 bai ANDRÉ LUIZ, FELLYPE SANTANA, JÉFFERSON DESOUZA.

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