"Todo poder do mundo tenho quando brinco com as palavas..."
Homi sai dessa canseira
Homi sai dessa canseira
Se alua para o tempo
Se alevanta da esteira
Pese mais que vento
Desse mundo abra a porteira
Assopre o pó e poeira
Deixe o passado passar
Meta a mão na inchada
Caminha tu na estrada
Não deixa ela em tu caminhar
Homi sai dessa canseira
Se aquece com a luz do dia
Assume tu as estribeira
Como antes tu fazia
Vai cortar tua madeira
Tu é forte feito ‘arueira’
Feito tronco de jatobá
Não se banhe em água passada
Caminha tu na estrada
Não deixa ela em tu caminhar
Homi sai dessa canseira
Tece o tapete de sua vida
Queima o fogo da caêra
Capina a erva crescida
Procura abelha de cera
Na descida da capoeira
Pois ontem não vai voltar
Acorda ao fim da madruga
Caminha tu na estrada
Não deixa ela em tu caminhar
Homi sai dessa canseira
Num deixe a caça avuar
Suba e dessa a ladeira
Se reclame ao reclamar
Dessa tua vida meeira
Pois leva-la se acha maneira
Sangue novo tem pra criar
Na moça recém chegada
Caminha tu na estrada
Não deixa ela em tu caminhar
Já dizia Vanzolini, “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...”