"Todo poder do mundo tenho quando brinco com as palavas..."
Morte e Vida Sertanina
Faz um bocado que o tempo
Não se prepara pra chuva
Sem ter uma nuvem turva
No céu seco e sem vento
Já da pra ver o sofrimento
Sem crescer a plantação
Vai ser ano de aflição
Se não chover em ‘janero’
E se preocupa o sertanejo
Vendo minguar o sertão
A terra sem força racha
No céu três urubu avisa
Uma novilha que agoniza
Outra que procura pasto e não acha
Só o político que usa a seca relaxa
Cheio de má intenção
Pro sul começa a procissão
Na reza chuva é o desejo
E se entristece o sertanejo
Vendo morrer o sertão
Mas quando o vento do norte
Sopra e esfria o ar
Nuvens começam exalar
O cheiro da chuva a vir forte
Trazendo um ano de sorte
Pasto flora, escorre água no chão
Brota o milho, mandioca e feijão
É fartura de carne, farinha, ovo e ‘quejo’
E se alegra o sertanejo
Vendo renascer o sertão